quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O Conde de Monte Cristo - Capítulo 64



LXIV

O MENDIGO




A
 festa ia adiantada. A Sra. de Villefort manifestara o desejo de regressar a Paris, o que não se atrevera a fazer a Sra. Danglars, apesar do mal-estar evidente que experimentava. A pedido da mulher, o Sr. de Villefort deu portanto o primeiro sinal de partida e ofereceu à Sra. Danglars lugar no seu landô, a fim de ela poder ter os cuidados da mulher. Quanto ao Sr. Danglars, absorvido numa conversa industrial das mais interessantes com o Sr. Cavalcanti, não prestava nenhuma atenção ao que se passava.
Ao pedir o frasco à Sra. de Villefort, Monte Cristo notara que o Sr. de Villefort se aproximara da Sra. Danglars; e guiado pela sua intuição, adivinhara o que ele lhe dissera, embora tivesse falado tão baixo que a própria Sra. Danglars mal o ouvira.
Deixou, sem se opor a nenhuma combinação, partir Morrel, Debray e Château-Renaud a cavalo, e subir as duas senhoras para o landô do Sr. de Villefort. Pela sua parte, Danglars, cada vez mais encantado com Cavalcanti pai, convidou-o a acompanhá-lo no seu cupé.
Quanto a Andréa Cavalcanti, dirigiu-se para o seu tílburi, que o esperava diante da porta e cujo grume que exagerava os adornos da moda inglesa, lhe segurava, erguendo-se na ponta das botas, o enorme cavalo cinzento-escuro. Andréa não falara muito durante o jantar, precisamente por ser um rapaz muito inteligente e ter, como era natural, receado dizer alguma tolice no meio daqueles convivas ricos e poderosos, entre os quais os seus olhos dilatados talvez não vissem sem receio um procurador régio.
Em seguida fora açambarcado pelo Sr. Danglars, que, depois de uma rápida olhadela ao velho major empertigado e ao filho ainda um bocadinho tímido, juntara a todos estes sintomas a hospitalidade de Monte Cristo e concluíra que tinha diante de si algum nababo vindo a Paris para aperfeiçoar o filho na vida mundana.
Admirara, portanto com indizível satisfação o enorme diamante que brilhava no dedo mindinho do major, porque o major, como homem prudente e experimentado, com receio de que acontecesse qualquer acidente às suas notas de banco, as convertera imediatamente num objeto de valor. Mais tarde, depois do jantar, sempre sob pretexto de indústria e viagens, interrogara o pai e o filho acerca da sua maneira de viver. E o pai e o filho, sabedores de que era no banco de Danglars que lhes deviam ser abertos, a um, o seu crédito de quarenta e oito mil francos, uma vez concedidos, e ao outro, o seu crédito anual de cinqüenta mil francos, tinham sido encantadores e cheios de afabilidade para com o banqueiro, a cujos criados, se estes se não tivessem esquivado, teriam apertado a mão, de tal forma o seu reconhecimento experimentava necessidade de expansão.
Uma coisa, sobretudo aumentou a consideração, quase diríamos a veneração de Danglars por Cavalcanti. Este, fiel aos princípios de Horácio: nil admirari, limitara-se, como vimos, a dar provas de saber dizendo em que lago se pescavam as melhores lampréias. Depois comera a sua parte daquela sem dizer uma única palavra. Danglars concluíra daí que semelhantes espécies de suntuosidades eram familiares ao ilustre descendente dos Cavalcanti, o qual provavelmente se alimentava em Luca com trutas que mandava vir da Suíça e com lagostas que lhe enviavam da Bretanha por processos idênticos àqueles de que o Conde se servira para mandar vir lampréias do lago Fusaro, e esturjões do rio Volga. Por isso, acolhera com muita satisfação estas palavras de Cavalcanti.
— Amanhã, senhor, terei a honra de o visitar para tratarmos de negócios.
— E eu, senhor, me sentirei honrado em recebê-lo — respondera Danglars.
Em seguida propusera a Cavalcanti, desde que não lhe custasse muito separar-se do filho, acompanhá-lo ao Hotel dos Princes.
Cavalcanti respondeu que o filho estava habituado, havia muito tempo, a levar vida de rapaz independente; que, portanto, tinha os seus cavalos e as suas carruagens, e que, como não tinham vindo juntos, não via dificuldade em que se fossem embora separados.
O major subira, pois para a carruagem de Danglars e o banqueiro sentara-se a seu lado, cada vez mais encantado com as idéias de ordem e economia daquele homem, que, no entanto dava ao filho cinqüenta mil francos por ano, o que supunha a existência de uma fortuna que lhe proporcionava quinhentas ou seiscentas mil francos de rendimento.
Quanto a Andréa, começou por se dar ares, ralhando com o grume por, em vez de o ir buscar à escadaria, o esperar à porta de saída, o que o obrigara ao incômodo de percorrer trinta passos para ir ao encontro do seu tílburi.
O grume recebeu a descompostura com humildade, pegou com a mão esquerda no freio, para segurar o cavalo impaciente e que batia com as patas, e estendeu com a direita as rédeas a Andréa, que as recebeu e pousou ligeiramente a bota de verniz no estribo. Nesse momento apoiou-se uma mão no ombro. O rapaz virou-se, pensando que Danglars ou Monte Cristo se tinham esquecido de lhe dizer alguma coisa e voltavam à carga no momento da partida.
Mas, em vez de um ou de outro, viu apenas uma figura estranha, tisnada pelo sol, de barba hirsuta, olhos brilhantes como carbúnculos e sorriso trocista numa boca onde brilhavam, alinhados no seu lugar e sem que lhe faltasse um só, trinta e dois dentes brancos, aguçados e famintos, como os de um lobo ou de um chacal. Cobria-lhe a cabeça, de cabelos grisalhos e sujos de terra, um lenço de quadrados vermelhos e envolvia-lhe o corpo alto, magro e ossudo, cujos ossos, como os de um esqueleto, davam a sensação de tilintar ao andar, um camisolão dos mais sebosos e esburacados que se possa imaginar. Por último, a mão que se apoiou no ombro de Andréa, e que foi a primeira coisa que o rapaz viu, pareceu-lhe de uma dimensão gigantesca.
O jovem reconheceu aquele rosto à claridade da lanterna do tíburi ou ficou apenas impressionado com o aspecto horrível do seu interlocutor? Não o saberíamos dizer. Mas o tato é que estremeceu e recuou vivamente.
— Que quer? — perguntou.
— Perdão, nosso burguês! — respondeu o homem, levando a mão ao lenço vermelho — Incomodo-o, talvez, mas preciso de lhe falar.
— Não se mendiga à noite — interveio o grume, esboçando um gesto para desembaraçar o amo do importuno.
— Eu não mendigo, meu lindo menino — respondeu o homem desconhecido ao criado, com um sorriso irônico e tão horrível que o rapaz se afastou — Desejo apenas dizer duas palavras ao seu patrão, que me encarregou de um recado há quinze dias, pouco mais ou menos.
— Vejamos, que deseja? Diga depressa, meu amigo — atalhou Andréa em tom bastante decidido para que o criado não notasse a sua atrapalhação.
— Desejaria... desejaria... — perguntou baixinho o homem do lenço encarnado — Que se dignasse poupar-me o sacrifício de regressar a Paris a pé. Estou muito cansado e, como não jantei tão bem como você, mal me tenho nas pernas.
O jovem estremeceu perante esta estranha familiaridade.
— Mas enfim, que deseja? — insistiu.
— Desejo que me deixes subir para a tua bela carruagem e que me leve ao meu destino.
Andréa empalideceu, mas não respondeu.
— Meu Deus, sim! — insistiu o homem do lenço encarnado, metendo as mãos nas algibeiras e fitando o rapaz com olhos provocadores — É uma idéia das minhas, percebe, meu querido Benedetto?...
Ao ouvir este nome, o jovem refletiu sem dúvida, pois aproximou-se do groom e disse-lhe:
— Este homem foi efetivamente encarregado por mim de um recado de que me vem dar conta. Vai a pé até à barreira e toma lá um cabriolé a fim de não chegares atrasado.
O criado afastou-se, surpreendido.
— Deixe-me ao menos chegar ao escuro — pediu Andréa.
— Oh, quanto a isso, eu mesmo vou levar-te para um excelente lugar! Espere aí — disse o homem do lenço vermelho.
E pegando no cavalo pelo freio conduziu o tílburi para um lugar onde era efetivamente impossível a quem quer que fosse ver a honra que lhe concedia Andréa.
— Oh, não é pela glória de entrar numa boa carruagem! — declarou — Não, é apenas porque estou cansado e também um bocadinho porque preciso falar de negócios contigo.
— Vamos, suba — disse o rapaz.
Que pena não ser de dia, pois proporcionaria um espetáculo curioso ver aquele maltrapilho comodamente sentado nas almofadas de brocado ao lado do jovem e elegante condutor do tílburi.
Andréa conduziu o cavalo até à última casa da aldeia sem dizer uma única palavra ao companheiro, que, pelo seu lado, sorria e guardava silêncio, como se estivesse deslumbrado por passear em tão excelente meio de locomoção.
Uma vez fora de Auteuil, Andréa olhou à sua volta para se assegurar, sem dúvida, de que ninguém os podia ver nem ouvir, e então deteve o cavalo e cruzou os braços diante do homem do lenço vermelho.
— É capaz de me dizer porque veio perturbar a minha tranqüilidade? — perguntou.
— E você, meu rapaz, porque desconfia de mim?
— E em que é que eu desconfiei de você?
— Em quê? Ainda pergunta? Nos separamos na Ponte do Varé depois de me dizer que ia viajar pelo Piemonte e pela Toscana, e em vez disso vem para Paris...
— Em que é que isso o incomoda?
— Em nada. Pelo contrário, espero que me ajude...
— Ah, ah! — riu Andréa — Quer dizer que está com idéias de me explorar não?
— Pronto, lá vêm as tiradas bombásticas!
— Pois olhe que faria mal, mestre Caderousse, já o previno...
— Meu Deus, não se zangue, pequeno! No entanto, deve saber o que é a desgraça... a desgraça torna-nos invejosos. Julgava-te percorrendo o Piemonte e a Toscana, obrigado a fazer de faccino ou cicerone, e lamentava-te do fundo do coração como lamentaria um filho. Bem sabe que sempre te considerei meu filho...
— Adiante, adiante!
— Tem paciência, com a breca!
— Tenho paciência, mas acabe de uma vez.
— E te vejo de repente passar a Barreira dos Gentis-Homens, com um groom, um tílburi e uma casaca novinha em folha! Demônio, descobriste alguma, mina ou compraste um cargo de corretor?
— De forma que, como confessou, tem inveja?...
— Não, estou contente, tão contente que quis apresentar-te os meus cumprimentos, pequeno! Mas como não estava vestido decentemente, tomei as minhas precauções para não te comprometer.
— Bonitas precauções! — perguntou Andréa — Dirigiu-se diante do meu criado!
— Que queria que fizesse, meu filho? Te abordei quando te pude apanhar. Tem um cavalo muito vivo e um tílburi muito ligeiro. Além disso, é naturalmente escorregadiço como uma enguia. Se não te apanhasse esta noite, correria o risco de nunca mais te pôr a vista em cima.
— Bem vê que não me escondo.
— É um felizardo! Gostaria muito de poder dizer o mesmo... pois eu escondo-me. Sem contar que tinha medo que me não reconhecesse. Mas me reconheceu! — acrescentou Caderousse com o seu sorriso — É muito amável...
— Vejamos, que quer de mim? — perguntou Andréa.
— Já me não trata por você e isso não está certo, Benedetto... não se procede assim com um antigo camarada. Acautela-te que ainda acaba por me tornar exigente.
Esta ameaça fez desaparecer a cólera do rapaz. O vento da prudência acabava de soprar por cima da sua cabeça. Pôs o cavalo a trote.
— É mau para você mesmo, Caderousse — disse — Proceder assim para com um antigo camarada, como dizia há pouco. É marselhês e eu sou...
— Agora já sabe o que é?
— Não, mas fui criado na Córsega. É velho e teimoso; eu sou novo e casmurro. Entre gente como nós, a ameaça é mau sistema e tudo se deve fazer amigavelmente. Tenho culpa se a sorte, que continua a ser má para você, é pelo contrário boa para mim?
— Teve então sorte, hem?... Não se trata de um groom de empréstimo, de um tílburi de empréstimo, nem de uma casaca de empréstimo? Pois tanto melhor! — exclamou Caderousse com os olhos brilhantes de cobiça.
— Vê e sabe isso perfeitamente, pois de contrário não me abordaria — observou Andréa, animando-se pouco a pouco — Se trouxesse um lenço como o teu na cabeça, um camisolão sebento pelos ombros e sapatos roto nos pés, não me reconheceria.
— Não há dúvida que me despreza, pequeno, e faz mal. Agora que te encontrei, nada me impede de vestir do bom e do melhor, como qualquer outro, pois sei que tem bom coração. Se possui duas casacas, me dará uma, como eu te dava a minha ração de sopa e feijão quando estava cheio de fome.
— É verdade — concordou Andréa.
— Tinha aqui um destes apetites! Continua a ser assim comilão?
— Continuo — respondeu Andréa, rindo.
— Como deve ter jantado em casa desse príncipe de onde vem!...
— Não é um príncipe, é apenas um Conde.
— Um Conde, e rico, não?
— Sim, mas não se fie nisso. O cavalheiro não tem nada um ar tranqüilizador...
— Meu Deus, pode ficar sossegado! Não temos projetos acerca do seu Conde, pode ficar com ele só para si... Mas — acrescentou Caderousse retomando o mau sorriso que já lhe aflorara aos lábios — É preciso dar qualquer coisa em troca, compreende?
— Quanto?
— Creio que com cem francos por mês...
— Sim?
—... viverei.
— Com cem francos?
— Mas mal, bem sabes. Mas com...
— Com?
—... cento e cinqüenta francos, serei muito feliz.
— Aqui tens duzentos — disse Andréa.
E meteu na mão de Caderousse dez luíses de ouro.
— Ótimo... — murmurou Caderousse.
— Apresente-se ao porteiro todos os primeiros dias do mês e terá outro tanto.
— Pronto, lá está outra vez a humilhar-me!
— Como assim?
— Empurra-me para a criadagem. Isso não. Quero tratar contigo.
— Seja. Procura-me todos os primeiros dias do mês e assim que eu receber a minha mesada você receberá a sua.
— Muito bem, vejo que me não tinha enganado, que é um excelente rapaz e que é uma bênção quando a sorte bafeja pessoas como você. Vamos, conta-me a sua boa sorte.
— Que necessidade tem de saber isso? — perguntou Cavalcanti.
— Aí está outra vez a desconfiança!
— Não. Encontrei o meu pai...
— Um verdadeiro pai?
— Com a breca, enquanto pagar...
— Acreditará e honrará. É justo. Como se chama o teu pai?
— Major Cavalcanti.
— E ele está satisfeito contigo?
— Até agora parece que sim.
— E quem te fez encontrar esse pai?
— O Conde de Monte Cristo.
— Aquele de casa de quem vens?
— Sim.
— Bom, já que isso é assim, veja se não me consegue meter em casa dele como avô...
— Está bem, lhe falarei de ti. Mas, entretanto que vai fazer?
— Eu?
— Sim, você.
— É muito amável em se preocupar com isso — disse Caderousse.
— Parece-me que, uma vez que se interessa por mim, também tenho o direito de querer saber alguma coisa de ti — perguntou Andréa.
— É justo... vou alugar um quarto numa casa respeitável, vestir umas roupas decentes, barbear-me todos os dias e ler os jornais no café. À noite, irei a qualquer espetáculo com um chefe de claque. Enfim, parecerei um padeiro reformado... é o meu sonho.
— Ótimo! Se quiseres pôr esse projeto em execução e ter juízo, correrá tudo às mil maravilhas.
— Verá, Sr. Bossuet!... E você, que vai ser? Par de França?
— Eh, eh! — riu Andréa — Quem sabe?...
— O Sr. Major Cavalcanti talvez o seja... mas infelizmente a hereditariedade foi abolida.
— Nada de política, Caderousse!... E agora que tem o que queria e chegamos, salta da minha carruagem e desaparece.
— Nem por sombras, caro amigo!
— Como nem por sombra?...
— Pensa um bocadinho, pequeno. Um lenço encarnado na cabeça, quase sem sapatos, nenhum documentos e dez luíses de ouro na algibeira, sem contar com o que já havia lá e que soma exatamente duzentos francos... prendiam-me infalivelmente na Barreira! Então seria forçado, para me justificar, a dizer que fora você quem me dera os dez luíses... daí, informação, inquérito. Descobrem que deixei Toulon sem pedir licença e reconduzem-me de brigada em brigada até às margens do Mediterrâneo. Volto a ser pura e simplesmente o nº. 106 e adeus ao meu sonho de parecer um padeiro reformado! Nem por sombras, meu filho. Prefiro ficar respeitavelmente na capital.
Andréa franziu o sobrolho. Era, como ele próprio se gabara, tão casmurro como o filho putativo do Sr. Major Cavalcanti. Deteve-se um instante, deitou uma rápida olhadela à sua volta, e quando o seu olhar acabava de descrever o círculo investigador a sua mão desceu inocentemente à algibeira das calças, onde começou a acariciar o guarda-mato de uma pistola de bolso.
Entretanto, porém, Caderousse, que não perdia de vista o companheiro, passava a mão por detrás das costas e abria muito devagarinho uma grande navalha espanhola, que trazia consigo para o que desse e viesse.
Como se vê, os dois amigos eram dignos de se compreender e compreenderam-se. A mão de Andréa saiu inofensivamente da algibeira e subiu até ao seu bigode ruivo, que afagou durante algum tempo.
— Vai então ser feliz, meu bom Caderousse? — perguntou.
— Farei todo o possível para isso — respondeu o estalajadeiro da Pont du Gard, guardando a navalha na manga.
— Vamos então, entremos em Paris. Mas como vai fazer para passar a Barreira sem despertar suspeitas? Parece-me que com esses trapos se arrisca ainda mais de carruagem do que a pé.
— Espera, já vai ver... — disse Caderousse.
Pegou no chapéu de Andréa e no capote de grande cabeção que o groom exilado do tílburi deixara no seu lugar e pô-lo pelas costas, depois do que tomou a atitude impassível de um criado de casa rica cujo amo conduz pessoalmente.
— E eu, vou ficar em cabelo? — protestou Andréa.
— Ora! Está tanto vento que a brisa pode muito bem ter-te levado o chapéu...
— Vamos então e acabemos com isto — resignou-se Andréa.
— Que te detém? — perguntou Caderousse — Não sou eu, espero...
— Cale-se! — recomendou Cavalcanti.
Atravessaram a Barreira sem contratempos. Na primeira rua transversal, Andréa parou o cavalo e Caderousse apeou.
— Eh! — gritou Andréa — Então, e o capote do meu criado e o meu chapéu?
— Decerto não quer que corra o risco de me constipar... — perguntou Caderousse.
— Mas eu?
— Você é novo, ao passo que eu começo a ficar velho. Até mais ver, Benedetto!
E entrou na ruela, onde desapareceu.
— Infelizmente — disse Andréa, soltando um suspiro — Não se pode ser completamente feliz neste mundo!




continua... 





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Primeira Lei de Murphy: "Se alguma coisa tem a mais remota chance de dar errado, certamente dará".
Comentário de Churchill sobre o homem: "O homem pode ocasionalmente tropeçar na verdade, mas na maioria das vezes ele se levanta e continua indo na mesma direção".

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