terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATE - capítulo 28





28
SÓ FICOU CHARLIE


— Qual será a próxima sala? — perguntou o Sr. Wonka ao entrar no elevador Vamos depressa! Rápido! Quantas crianças sobraram?
Charlie olhou para o Vovô José e Vovô José para Charlie.
— Ora, Sr. Wonka, só o meu Charlie.
O Sr. Wonka virou-se e encarou Charlie.
Silêncio. Charlie ficou ali, quieto, segurando forte a mão do Vovô José.
— Quer dizer que você foi o único que sobrou? — perguntou o Sr. Wonka, fingindo surpresa.
— Foi sim senhor — sussurrou Charlie — Só eu.
O Sr. Wonka de repente explodiu de entusiasmo.
— Mas, meu garoto, isto quer dizer que você ganhou!
Saiu correndo do elevador e apertou a mão de Charlie com tanta força que quase a arrancou.
— Meus parabéns! — gritou o Sr. Wonka — parabéns mesmo! Estou encantado! Não poderia ser melhor! Que maravilha! Desde o começo eu tinha o palpite de que você seria o vencedor! Muito bem, Charlie, muito bem! É ma-ra-vi-lho-so! Agora é que a alegria vai começar! Mas não podemos nos atrasar. Temos ainda menos tempo a perder agora do que antes! Imagine tudo o que temos que providenciar, as pessoas que temos que buscar! Mas ainda bem que temos esse grande elevador para nos ajudar. Entre depressa, Charlie. Isso! Agora vou escolher o botão!
Os olhos azuis e brilhantes do Sr. Wonka se fixaram por um momento no rosto de Charlie. “Vai acontecer alguma maluquice”, pensou Charlie. Não estava com medo nem nervoso, só estava muito excitado. Tanto quanto Vovô José. O rosto do velho brilhava de contentamento a observar os movimentos do Sr. Wonka, que tentava alcançar um botão no teto do elevador. Charlie e Vovô José quase torceram o pescoço para ler o que estava escrito: PARA CIMA E ALÉM. “Para cima e além...”, pensou Charlie. “Como será essa sala?”
O Sr. Wonka apertou o botão. As portas de vidro se fecharam.
— Segurem-se! — gritou ele.
E então... VUM! O elevador subiu como um foguete.
— Iupii! — gritou Vovô José.
Charlie se agarrava às pernas do avô e o Sr. Wonka segurava o cordão preso no teto. Foram subindo, subindo, subindo. Desta vez subiram direto, sem viradas e chachoalhões; Charlie escutava o barulho do ar lá fora enquanto o elevador subia cada vez mais depressa.
— Iupiii — gritou Vovô José outra vez. — Iupii! Lá vamos nós!


— Mais depressa! — gritava o Sr. Wonka, batendo nas paredes do elevador com as mãos. — Mais depressa. Se não andar mais depressa não vamos conseguir!
— Conseguir o quê? — gritou Vovô José — O que temos que conseguir?
— Ah, esperem e verão — exclamou o Sr. Wonka — Há anos quero apertar esse botão, e até hoje não o fiz! Que vontade! Tive vontade, sim! Mas eu não agüentava a idéia de furar um buraco no teto da fábrica! Vamos lá, meninos. Para cima e além!
— O senhor não está querendo dizer... não está querendo dizer que esse elevador vai... — gaguejou Vovô José.
— É exatamente isso! — respondeu o Sr. Wonka. — Espere e verá! Para cima e além!
— Mas... mas... mas... é de vidro! — gritou Vovô José — Vai se despedaçar!
— Deveria — disse o Sr. Wonka, cada vez mais alegre — mas é vidro grosso, tudo bem!
O elevador subia cada vez mais depressa.
De repente CRASH! ouviram um barulhão lá em cima e o Vovô José gritou:
— Socorro! É o fim! Estamos fritos!
Animado, o Sr. Wonka dizia:
— Não estamos, não. Conseguimos! Saímos!
Na verdade o elevador havia atravessado o teto da fábrica e estava subindo para o céu como um foguete. O sol brilhava através do vidro e em cinco segundos alcançaram uma altura de três mil e trezentos metros.
— O elevador enlouqueceu! — gritou Vovô José.
— Não tenha medo! — disse o Sr. Wonka, com calma, e apertou outro botão. O elevador parou e ficou pairando no ar, como um helicóptero, por cima da fábrica e da cidade, que se estendia lá embaixo como um cartão postal. Olhando pelo chão de vidro em que pisavam, Charlie via as casinhas, as ruas e a neve que cobria tudo. Dava um pouco de medo estar pisando em chão de vidro, lá no céu. Parecia que a gente estava de pé em cima de nada.
— Tudo bem? — perguntou Vovô José — Como é que essa coisa se segura?
— Força-açúcar. Um milhão de força-açúcar! Olhem! — apontou o Sr. Wonka — lá estão as outras crianças! Estão voltando para casa!



 continua...







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Frase CuriosaErrar é humano. Colocar a culpa em alguém é estratégico.

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