sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATE - capítulo 26





26
A SALA DE CHOCOLATE-TELEVISÃO


A família Tevel, Charlie e Vovô José saíram do elevador e entraram numa sala tão brilhante e branca, que precisaram fechar os olhos ofuscados e parar de andar. O Sr. Wonka entregou a cada pessoa um par de óculos escuros e ordenou:
— Coloquem esses óculos e não os tirem, aconteça o que acontecer. A luz poderá cegá-los!
Logo que Charlie colocou os óculos conseguiu enxergar direito. Viu uma sala comprida e estreita, toda pintada de branco. Até o chão era branco e não havia um grão de poeira em lugar algum. Penduradas no teto havia umas lâmpadas enormes, que banhavam a sala com uma luz branco-azulada. A sala estava vazia, a não ser nas extremidades. Numa delas havia uma enorme câmera sobre rodas cercada por todo um exército de umpa-lumpas, que estavam colocando óleo nas engrenagens, ajustando botões e polindo a grande lente de vidro. Os umpa-lumpas estavam vestidos de um jeito estranhíssimo. Usavam roupas espaciais de um vermelho brilhante, com capacetes e óculos — pelo menos pareciam roupas espaciais — e trabalhavam no mais completo silêncio. Ao vê-los, Charlie teve uma leve sensação de perigo. Tudo aquilo parecia meio perigoso e os umpa-lumpas bem que sabiam. Não conversavam e nem cantavam, e se movimentavam devagar e com cuidado à volta da enorme câmera preta.
Na outra extremidade da sala, a uns cinqüenta passos da câmera, havia um umpa-lumpa, também de roupa espacial, sentado na frente de uma mesa preta observando a tela de uma televisão enorme.
— Vamos lá! — gritou o Sr. Wonka, pulando de entusiasmo — Esta é a Sala de Testes da minha última e maior invenção: o chocolate-televisão!
— Mas o que é chocolate-televisão? — perguntou Miguel Tevel.
— Que coisa, menino, pare de me interromper! — disse o Sr. Wonka — Funciona por televisão. Eu mesmo não gosto de televisão. Em pequenas doses, tudo bem, mas as crianças em geral não sabem se controlar. Querem ficar sentadas em frente à tela o dia inteiro.
— Como eu! — exclamou Miguel Tevel.
— Cale a boca — mandou o Sr. Tevel.
— Obrigado — disse o Sr. Wonka — Deixe-me explicar como funciona esse meu maravilhoso televisor. Mas, primeiro, vocês sabem como funciona a televisão comum? É simples. Numa das extremidades, onde se capta a imagem, há uma grande câmera e a gente começa a filmar alguma coisa. Os filmes são então despedaçados em milhões de pedacinhos tão pequenos, que não dá para ver, e esses minúsculos pontos são atirados para o céu pela eletricidade. Ficam rodando no céu, rodando, até que de repente esbarram na antena do telhado de alguém. Então escorregam pelo fio que leva direto ao televisor, correm de cá para lá até cada um dos milhões de pedacinhos se encaixar no lugar certo (como um quebra-cabeças) e pronto, a imagem aparece na tela...
— Não é bem assim... — interrompeu Miguel Tevel.
— Sou um pouco surdo do ouvido esquerdo, por isso me desculpe se não escuto tudo o que você diz — continuou o Sr. Wonka.
— Eu falei que não é bem assim que a coisa funciona! — gritou Miguel Tevel.
— Você é um bom menino, mas fala demais. Continuando... A primeira vez que vi uma televisão funcionando, tive uma idéia incrível. Pensei: se dá para despedaçar uma imagem em milhões de pedaços e fazer com que voem pelos ares e depois se integrem outra vez, por que não fazer a mesma coisa com um tablete de chocolate? Por que não mandar para o ar bilhões de pedacinhos de um tablete de chocolate e fazê-lo aparecer inteiro do outro lado?
— Impossível — retrucou Miguel Tevel.
— Você acha? — perguntou o Sr. Wonka — Então, veja só! Vou mandar um tablete do meu melhor chocolate de um lado ao outro da sala, pela televisão! Atenção! Tragam o chocolate!
Imediatamente, seis umpa-lumpas saíram carregando nos ombros a maior barra de chocolate que Charlie jamais tinha visto. Era do tamanho do colchão onde ele dormia.
— Tem que ser grande porque, quando a gente manda alguma coisa pela televisão, a imagem diminui. Você filma um homem grande e ele sai na tela do tamanho de um lápis, não é? Vamos. Todos prontos? Não, não! Parem! Você aí, Miguel Tevel, para trás. Está muito perto da câmera. Daí saem raios perigosos que poderiam desfazê-lo em milhões de pedacinhos em um segundo! É por isso que os umpa-lumpas estão protegidos por roupas espaciais. Assim está melhor! Pronto! Ligar!
Um umpa-lumpa puxou uma alavanca para baixo, provocando um raio ofuscante.
— O chocolate sumiu! — gritou Vovô José, balançando os braços.
Ele tinha razão! O imenso tablete de chocolate desaparecera sem deixar vestígio.
— Está a caminho. Seus milhões de pedacinhos estão voando pelo ar, por cima das nossas cabeças. Rápido! Venham até aqui!
— O Sr. Wonka correu até a outra extremidade da sala onde estava o televisor, e todos o seguiram.
— Vejam a tela! — gritou ele — Já vem vindo! Olhem!
A tela piscou e se acendeu. Bem no meio dela apareceu um tablete pequeno de chocolate.
— Peguem! — gritou o Sr. Wonka, cada vez mais entusiasmado.
— Mas como? — perguntou Miguel Tevel, rindo — É só uma imagem na tela!
— Charlie Bucket — gritou o Sr. Wonka — vá pegar o chocolate! Agarre-o!
Charlie esticou o braço, tocou a tela e de repente, como por milagre, o tablete de chocolate foi para sua mão. Ficou tão surpreso, que quase o deixou cair.
— Pode comer — gritou o Sr. Wonka — vamos, coma tudo! É delicioso. É o mesmo tablete, que diminuiu no caminho, só isso!
— É absolutamente fantástico! É... é um milagre! — gaguejou Vovô José.
— Imaginem quando eu começar a usar isso pelo país afora... Vocês em casa, vendo televisão, e de repente aparece um comercial, com uma voz dizendo: COMA OS CHOCOLATES WONKA. SÃO OS MELHORES DO MUNDO! SE NÃO ACREDITA, EXPERIMENTE UM — AGORA! E aí é só estender a mão e pegar! Que tal a idéia, hein? — exclamou o Sr. Wonka.
— Incrível! — exclamou Vovô José — Vai transformar o mundo!





continua...








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Frase CuriosaErrar é humano. Colocar a culpa em alguém é estratégico.

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