quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATE - capítulo 25





25
O ELEVADOR DE VIDRO


— Nunca vi nada igual! — exclamou o Wonka — As crianças estão sumindo como coelhos. Mas não se preocupem. Todos vão aparecer na lavagem.
O Sr. Wonka olhou o pequeno grupo ao seu lado, no corredor. Só haviam sobrado duas crianças — Miguel Tevel e Charlie Bucket. E três adultos — o Sr. e a Sra. Tevel e Vovô José.
— Vamos andando? — perguntou o Sr. Wonka.
— Vamos, vamos! — exclamaram Charlie e Vovô José, juntos.
— Estou ficando com os pés doloridos — disse Miguel Tevel — Quero assistir televisão.
— Se está cansado, é melhor tomarmos o elevador — disse o Sr. Wonka — Está ali. Vamos!
Aproximou-se de um par de portas duplas. As portas se abriram. As crianças e adultos entraram.
— E agora qual o botão que vamos apertar? Escolham! — disse o Sr. Wonka.
Charlie Bucket olhou à volta, atônito. Era o elevador mais doido do mundo. Tinha botões por todos os lados! As paredes e até o teto eram cobertos por fileiras e fileiras de botõezinhos pretos. Devia haver uns mil em cada parede e uns mil no teto! Logo Charlie percebeu que cada botão tinha um rotulozinho indicando uma sala. Era só apertar o botão da sala onde a gente quisesse ir.
— Não é um elevador comum, daqueles que sobem e descem — explicou o Sr. Wonka, todo orgulhoso — Ele anda para o lado, para a frente, em diagonal e de qualquer outro jeito que se possa imaginar! Leva a qualquer sala da fábrica, seja ela onde for. É só apertar o botão e zing!... ele começa a andar!
— Fantástico! — murmurou Vovô José. Os olhos dele brilhavam de entusiasmo diante daquelas inúmeras fileiras de botões.
— O elevador inteiro é de vidro grosso e transparente. Paredes, portas, teto, chão, tudo de vidro para a gente poder ver o que acontece lá fora! — explicou ainda o Sr. Wonka.
— Mas não há nada para ver — respondeu Miguel Tevel.
— Escolha um botão. Cada uma das crianças pode escolher dois botões. Escolham. Depressa! Em cada sala há alguma coisa deliciosa e maravilhosa sendo feita.
Charlie começou a ler os rótulos dos botões.

MINA DE DOCES ROCHOSOS — 10.000 pés de profundidade.
RINQUES DE PATINAÇÃO DE SORVETE DE COCO-COCA.
PISTOLAS DE SUCO DE MORANGO.
ÁRVORES DE MAÇÃ-CARAMELO PARA PLANTAR EM SEU JARDIM — todos os tamanhos.
DOCES EXPLOSIVOS PARA OS INIMIGOS.
PIRULITOS LUMINOSOS PARA CHUPAR NA CAMA, À NOITE.
JUJUBAS DE HORTELÃ PARA O VIZINHO — ficará com dentes verdes por um mês.
CARAMELOS TAMPA-CÁRIES — o dentista está dispensado!
GRUDA-QUEIXO PARA PAIS MUITO FALANTES.
DOCES MEXE-MEXE, QUE MEXEM DE UM JEITO GOSTOSO NA BARRIGA.
BARRAS DE CHOCOLATE INVISÍVEL PARA COMER NA CLASSE.
LÁPIS COBERTOS DE AÇÚCAR PARA CHUPAR.
PISCINAS DE LIMONADA EFERVESCENTE.
BOMBOM MÁGICO — você o segura na mão e sente o gosto na boca.
BALAS DE ARCO-ÍRIS — tinge seu cuspe em seis cores.

— Vamos, vamos! — gritava o Sr. Wonka — Não podemos ficar esperando o dia inteiro!
— No meio de tanta sala, será que não tem uma de televisão? — perguntou Miguel Tevel.
— Claro que tem. Aquele botão ali — apontou o Sr. Wonka. Todo mundo olhou. No rótulo estava escrito: CHOCOLATE-TELEVISÃO.
— Obaaa! — gritou Miguel Tevel — está pra mim!
Ele apertou o botão e na mesma hora fez-se um barulhão. As portas se fecharam e o elevador pulou como se tivesse sido picado por uma vespa, mas pulou de lado! Todos caíram no chão, menos o Sr. Wonka, que se segurou num cordão que descia do teto.
— Levantem, levantem! — gritou o Sr. Wonka, rolando de rir.
Mas, quando conseguiram ficar de pé, o elevador mudou de direção e fez uma curva violenta. Todos despencaram de novo.
— Socorro! — berrou a Sra. Tevel.
— Segure minha mão, madame — ofereceu, galante, o Sr. Wonka — Assim. E agora segure este cordão. Cada um se agarre a um cordão! A viagem ainda não acabou.
O velho Vovô José conseguiu equilibrar-se e agarrou um cordão. Charlie, que era pequeno, e não alcançava nenhum cordão, abraçou com força as pernas do avô.
O elevador continuou com a velocidade de um foguete. Logo começou a subir muito, como se estivesse escalando uma montanha íngreme. De repente, parecia que tinha chegado ao topo e estava despencando por um precipício, como se fosse uma pedra. O estômago de Charlie subiu à boca e Vovô José gritou:
— Opa-lá-lá! Lá vamos nós!
E a Sra. Tevel urrou:
— A corda arrebentou! Vamos nos esborrachar!
Dando-lhe um tapinha tranqüilizador no braço, o Sr. Wonka disse:
— Calma, minha senhora.
Vovô José olhou para Charlie, ainda agarrado às suas pernas.
— Você está bem, Charlie?
— Estou adorando — respondeu Charlie — parece uma montanha russa!
Através das paredes de vidro do elevador, eles vislumbravam algumas coisas estranhas e maravilhosas que aconteciam nas outras salas.
Uma mangueira enorme que esguichava um caldo marrom no chão...
Uma montanha de chocolate enorme e escarpada, cheia de umpa-lumpas, amarrados um ao outro com uma corda, que iam arrancando pedaços de chocolate das encostas...
Uma máquina que espirrava um pó branco, como uma tempestade de neve...
Um lago de caramelo soltando vapor...
Uma cidadezinha de umpa-lumpas cheia de casinhas e centenas de crianças umpa-lumpas, com menos de dez centímetros, brincando nas ruas...
O elevador foi aterrissando, e parecia estar despencando mais rápido do que nunca. Charlie ouvia o assobio do vento que batia, se enroscava, subia, descia...
— Vou vomitar! — berrou a Sra. Tevel, com a cara verde.
— Não vomite — pediu o Sr. Wonka.
— Tente me impedir! — disse a Sra. Tevel.
— Então é melhor usar isso — disse o Sr. Wonka, tirando a cartola da cabeça e colocando-a como se fosse um balde, na frente da boca da Sra. Tevel.
— Mande essa droga parar! — ordenou o Sr. Tevel.
— Não posso. Ele não pára enquanto não chegar. Só espero que ninguém esteja usando o outro elevador nesse momento.


— Que outro elevador? — gritou a Sra. Tevel.
— O que vai no sentido oposto, mas no mesmo trilho que esse — explicou o Sr. Wonka.
— Minha nossa! Quer dizer que podemos dar uma trombada? — gritou o Sr. Tevel.
— Eu sempre tive sorte — afirmou o Sr. Wonka.
— Agora vou vomitar mesmo! — berrou a Sra. Tevel.
— Não, não. Agora não. Já estamos chegando. Não vá estragar meu chapéu.
Os freios cantaram e o elevador diminuiu a velocidade até parar.
— Que corrida! — disse o Sr. Tevel, limpando o carão suado com um lenço.
— Nunca mais! — grasnou a Sra. Tevel.
As portas do elevador se abriram e o Sr. Wonka disse:
— Um minuto de atenção! Quero que todos tomem muito cuidado nesta sala. Aqui há substâncias perigosas e vocês não devem mexer com elas!




 continua...






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Frase CuriosaErrar é humano. Colocar a culpa em alguém é estratégico.

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