sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATE - capítulo 19





19
SALA DAS INVENÇÕES QUEBRA-QUEIXO E
CARAMELO DE CABELO


Quando o Sr. Wonka gritou “Parem o barco!”, os umpa-lumpas cravaram seus remos no rio, empurrando a água com toda a torça.
Os umpa-lumpas levaram o barco até a porta vermelha. Nela estava escrito: SALA DAS INVENÇÕES — PARTICULAR — MANTENHA DISTÂNCIA. O Sr. Wonka tirou uma chave do bolso, pulou para a borda do barco e colocou a chave na fechadura.
Esta é a sala mais importante de toda a fábrica! — disse ele — Aqui minhas invenções mais secretas são testadas, cozidas e tomam ponto! O velho Melagruder daria os dentes para entrar nesta sala, nem que fosse por três minutos! A mesma coisa Naribick, Lesmarmoth e todos os outros fabricantes de chocolates de meia-tigela! Mas escutem o que vou dizer! Nada de bagunça quando entrarem! Não toquem em nada, não se intrometam em nada e não experimentem nada. Combinado?
— Combinado! — exclamaram as crianças — Não vamos tocar em nada!
— Até hoje — disse o Sr. Wonka — ninguém teve permissão para entrar aqui, nem sendo umpa-lumpa!
Ele abriu a porta e saltou do barco para a sala. As quatro crianças acompanhadas de seus pais saíram atrás dele.
— Não toquem em nada! — gritou o Sr. Wonka — Não joguem nada no chão!
Charlie Bucket olhava a seu redor extasiado. Parecia que estavam na cozinha de uma bruxa feiticeira. Caldeirões de ferro preto ferviam, borbulhavam em fogões gigantes, chaleiras assobiavam, tachos chiavam, enquanto umas máquinas de ferro esquisitas tilintavam. Havia canos por todos os lados, nas paredes, nos telhados. Tudo exalava vapores, fumaças e cheiros maravilhosos.
O próprio Sr. Wonka estava mais entusiasmado do que de costume, e qualquer um percebia que aquela era sua sala predileta. Ele saltitava entre suas máquinas e panelas como uma criança no meio de presentes de Natal, sem saber o que ver primeiro. Levantou a tampa de um caldeirão imenso e deu uma cheiradinha; depois enfiou o dedo num barril com uma pasta amarela e experimentou; saltou até uma das máquinas e girou meia dúzia de botões para um lado e para o outro. Depois ficou olhando atentamente através da porta de vidro de um forno gigantesco, esfregando as mãos e sorrindo maravilhado. Então correu para uma outra máquina, uma engenhoca pequena e brilhante que fazia fut, fut, fut, fut — e cada vez que ela fazia fut expelia um pedaço de mármore verde num cesto que havia no chão. Pelo menos parecia mármore.


— Quebra-queixos perpétuos! — exclamou o Sr. Wonka, orgulhoso — São a última novidade! Estão sendo inventados para crianças que ganham mesada muito pequena. Esses quebra-queixos a gente chupa, chupa, chupa, chupa, e eles nunca diminuem!
— É como chiclete! — gritou Violeta Chataclete.
Não é como chiclete, não! — disse o Sr. Wonka — Chiclete é para mascar, e se você tentar mascar um destes quebra-queixos você quebra os dentes! E tem mais: eles nunca diminuem! Eles nunca somem! NUNCA! Pelo menos é o que eu acho! Um deles está sendo testado neste exato momento na Sala de Testes ao lado. Um umpa-lumpa está chupando o quebra-queixo há quase um ano, sem parar, e o quebra-queixo está melhor do que nunca!
— Agora por aqui — continuou o Sr. Wonka, saltitando até o outro lado da sala — Aqui, estou inventando uma nova linha completa de balas de caramelo!
Parou bem ao lado de uma pane-lona cheia de melaço grosso, viscoso, arroxeado, que fervia e borbulhava. Ficando na ponta do pé, o pequeno Charlie conseguia enxergar dentro da panela.
— Isso é Caramelo de Cabelo! — exclamou o Sr. Wonka — É só comer um pedacinho minúsculo que, depois de exatamente meia hora, um chumaço de cabelo novo em folha, denso e sedoso, começa a crescer no topo da cabeça da gente! E também crescem barba e bigode!
— Barba! — gritou Veroca Sal — Quem é que está querendo barba, por acaso?
— Ficaria muito bem em você! — disse o Sr. Wonka — Mas infelizmente a mistura ainda não deu bem certo. Está muito forte. Funciona bem demais. Ontem eu testei num umpa-lumpa na Sala de Testes e imediatamente uma barba grossa e preta começou a nascer no queixo dele, e a barba cresceu tão rápido que logo se esparramou pelo chão, formando um tapete felpudo. Crescia mais depressa do que conseguíamos cortar! Por fim, tivemos que usar um cortador de grama para conseguir controlá-la! Logo vou encontrar a solução para essa mistura, e então meninos e meninas não terão mais desculpas para andar por aí com a cabeça careca!
— Mas, Sr. Wonka — disse Miguel Tevel — nem meninos nem meninas andam por aí com...
— Não discuta, meu caro, não discuta! — exclamou o Sr. Wonka — É uma perda de tempo precioso! Agora subam por aqui, todos vocês, que eu vou mostrar uma coisa da qual tenho um orgulho imenso! Cuidado! Não toquem em nada! Mantenham distância!




continua...







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Frase CuriosaErrar é humano. Colocar a culpa em alguém é estratégico.

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